Eldorado/Estadão - Presidente da Faesp fala da parceria com a Prefeitura e Governo de São Paulo
Publicado em 17/01/2025
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Tema fascinante, desenvolvimento da agricultura em uma megacidade como São Paulo. Já vi em vários lugares do planeta, Paris onde a gente acompanha lá com a nossa universidade e Tirso de Salles Meirelles aqui, o presidente da Faesp, que é a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo, ao lado do Senar, tem algo muito importante a nos dizer sobre isso. E considero importantíssimo sobre o ponto de vista econômico, social e de saúde também aqui para a nossa cidade. Muita gente pensa agricultura no Interior e perguntei ao Tirso Meirelles mas como é que é esse negócio aqui na capital paulista?
“Você me deixou emocionado agora porque os nossos ancestrais, e nós estamos falando de nossos avós, do pessoal mais antigo nosso, você lembra que naquele momento quando a gente teve a introdução da alimentação em nossos homens nômades que tivemos no mundo, eles só conseguiram fazer agricultura porque eles conseguiram dominar o plantio, porque senão acabava aquela alimentação e eles tinham de mudar para outro local e assim foi. Nesse aspecto, quando você muda e começa, vamos dizer, a ter o plantio de uma cultura e você poder ficar, surgem as cidades, as vilas e foi assim que aconteceu aqui no Brasil. As pessoas se reuniam em um local de transmissão de uma cidade para outra, de um local para o outro, faziam uma vila e é por isso que hoje nós temos igrejas todas centralizadas na cidade pelo fato de que começou desse jeito. Os produtores e as cidades ajudaram a construir as igrejas para que realmente você pudesse ter uma sociedade forte, focada na família, essa coisa toda. E isso está acontecendo nesse aspecto que acabei de falar. Nós da Federação da Agricultura preservamos muito essa cultura. Então nós estamos fazendo uma parceria com o prefeito Ricardo Nunes e com o governador Tarcísio para que nós possamos fazer três pontos muitos importantes: nós estamos adquirindo um local onde nós vamos fazer, por exemplo, uma grande cozinha industrial onde nós vamos ensinar aquelas pessoas a cozinharem, fazerem os seus salgados, fazer os seus quibes, doces, para poder vender. Então nós vamos ter um professor que nós vamos ensinar essas pessoas gratuitamente, sem precisar de nenhuma ferramenta, não vai precisar de nenhum material, nós vamos doar tudo isso e eles aprendendo. E o Sebrae vai entrar para comercializar esses produtos com eles. Aquela primeira renda vem direto para ele. E nós vamos ter uma outra cozinha industrial onde ele virá e marcará horário para ele utilizar gratuitamente, mas aí ele tem de trazer o seu material de consumo, sua farinha, sua carne, seu queijo para fazer o seu produto, mas também terá um profissional lá que ajudará e a comercializar e aí você vai tirar as pessoas da informalidade para a formalidade. E como ele não tem todos os equipamentos, os equipamentos vão estar à disposição deles. É só marcar gratuitamente para que eles possam efetivamente até criarem musculatura. Segundo a agricultura urbana, nós vamos trabalhar efetivamente tanto as nossas famílias de 12 milhões de habitantes aqui em São Paulo para que possamos ensiná-los a fazer o tempero, para ele plantar a sua horta e sua fruta. Todo esse processo vai ser muito interessante porque você vai levar uma cultura tanto para as pessoas mais adultas, como os filhos, para conhecer como efetivamente se produz e eles começarem a ter amor pela terra. E o terceiro ponto, que é uma ação também com a Prefeitura, que são os vazios que nós temos dentro da cidade de São Paulo onde nós vamos pegar as comunidades regionais e vamos ensinar a fazer uma horta e a partir dali a Prefeitura adquire para fazer entrega a asilos, para as sociedades que estão carentes e não têm alimentação, então você fortalece a segurança alimentar. Segurança alimentar só acontece dessa forma. Hoje, conforme você sabe, a logística para você produzir aqui uma alface e vou levar para Ribeirão Preto o custo fica mais elevado. Então nós temos de fazer esses bolsões todos para que nós possamos alimentar aquelas pessoas que estão ali necessitadas. E nós temos uma quantidade hoje de pessoas que estão abaixo do nível de alimentação. Então com esse modelo que nós vamos fazer aqui na cidade de São Paulo isso trará condições de nós levarmos para os pequenos e médios municípios. Esse é um ponto importante para que a gente possa consolidar o processo todo. Então essas três vertentes trará uma consciência importante”.
Ouça o podcast completo abaixo.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.