CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Proclamada a república brasileira agroambiental: foi criado o mercado de carbono global; e o cooperativismo será vital.

Publicado em 15/11/2021

CO2 GLOBAL

A letra do hino da república é muito estimulante e esperançosa, seu refrão diz: “liberdade, liberdade abre as asas sobre nós“, e apesar de existir muito para ser feito na libertação das regulações envolvendo a nova era do carbono, com os 3 F’s: forests, food, finance, o Brasil volta de Glasgow, como cantavam os soldados brasileiros da força expedicionária que libertou regiões italianas dos nazistas: “por mais terras que eu percorra, não permita Deus que eu morra sem que volte para lá... sem que leve por divisa esse V que simboliza a vitória que virá...”

De todos os feitos, além da união do setor privado com a sociedade civil organizada e setores lúcidos do governo, ouvimos do ministro do meio ambiente Joaquim Leite a seguinte mensagem, um legítimo V da vitória: “o Brasil será grande exportador de florestas nativas (vivas e em pé), do agro e de energia”.

E sobre energia, posso acrescentar, junto com Plano ABC - Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, virá o universo do biogás, natural e renovável, da biometanização energética e elétrica, além dos biocombustíveis em todas as suas formas previstas no RenovaBio. Não só da agropecuária como dos aterros sanitários das cidades.

Nilson Leitão, presidente do IPA - Instituto Pensar Agro me enviou a seguinte mensagem de Glasgow: “o Brasil fez a maior conquista da COP - escrevemos o texto que criou o mercado de carbono global. O Japão o apresentou e articulamos a sua aprovação como líderes da negociação“.

Agora é necessário dar andamento nessa vitória, sem duvida a maior oportunidade de toda nossa história, por termos no país exatamente o que o mundo deseja, a saúde do planeta, viva.

As cooperativas serão fundamentais para a implementação e distribuição dessa vitória para todos, pois sem gente, pequenos e médios agricultores e empreendedores evoluindo na dignidade de vida, não será possível entregar nem a energia, nem o alimento e nem o carbono zero.

A OCB - Organização das Cooperativas Brasileiras no seu manifesto se comprometeu com 5 fatores vitais:  1- estamos preocupados com o aquecimento global e apoiamos a regulamentação do mercado de carbono. 2- somos favoráveis ao combate inflexível e abrangente ao desmatamento ilegal da Amazônia e demais biomas brasileiros. 3- defendemos a regulamentação de leis que estimulem a adoção de medidas de proteção e preservação do meio ambiente. 4- acreditamos na importância da produção brasileira de alimentos para o combate à fome e a segurança alimentar no mundo. 5- pleiteamos políticas públicas de fomento ao cooperativismo como arranjo produtivo sustentável.

Guilherme Leal da Abrafrutas, também trouxe uma visão importante sobre esse gigantesco setor que permite realizar o ESG com milhões de pequenos produtores, agroindustriais, funcionários, e com uma gigantesca diversidade de gênero.

Como está no hino da república, vivemos agora a esperança de um novo porvir.

Viva a República, viva a nova república brasileira agroambiental. Há muito trabalho e lutas que valem a pena serem lutadas pela frente. Estamos apenas no início.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Entrevistei o professor dr. Décio Zylbersztajn fundador do Programa de Estudos dos Negócios do Setor Agroindustrial (Pensa) na FEA-USP, e conversamos sobre o editorial do Estadão deste domingo (30), “Inflação sem gravata”, onde está registrado o crescimento dos preços dos cereais, leguminosas e oleaginosas, incluindo feijão e arroz, em 40,82% nos últimos 12 meses.
Como temos insistido desde o início do Agroconsciente precisamos de planejamento estratégico de estado sobre segurança alimentar, ambiental e energética no país. Estoques reguladores, armazenagem. Mitigação das incertezas, tanto de crises econômicas óbvias como já tínhamos no cenário no começo de 2020 com Covid explodindo preços de commodities e cortes nos fluxos de logística e supply chain mundiais. E, além disso, os riscos climáticos.
Num artigo extraordinário do economista Roberto Macedo para o jornal Estadão (18.07 – Pág. A4), ele enfatiza: “ocupamos o 3º lugar dos países com maior desigualdade social, atrás da Rússia e da África do Sul, algo que poderia ajudar seria uma forte aceleração do crescimento econômico. O Brasil já chegou a crescer 7% ao ano e, agora, há mais de 4 anos nos conformamos com crescimentos de apenas 2%, onde a sociedade e analistas econômicos projetam essa previsão para os anos futuros”.
Sobre as “trumpalhices” do atual governo dos Estados Unidos, a maior economia do planeta, conversamos com um brasileiro que teve uma experiência única numa ação contenciosa com os EUA na Organização Mundial do Comércio na questão do algodão, e saímos vitoriosos, é o Pedro de Camargo Neto que foi presidente da Sociedade Rural Brasileira, presidente da Fundepec,  agricultor, pecuarista, foi secretário de produção e comercialização do Ministério da Agricultura,  e o único brasileiro citado no livro americano “Food Citizenship”,  alimento e cidadania numa era de desconfianças.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite