CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Queda nas safras mundiais faz crescer risco de insegurança alimentar

Publicado em 14/09/2022

TCA
Agroconsciente

USDA informou nesta semana queda nas safras de soja e milho nos Estados Unidos, o maior produtor exportador do mundo. Calor, clima seco em agosto no oeste dos Estados Unidos. Cai produtividade, produção e estoques.

Na Ucrânia o conselho agrário ucraniano informa redução de plantio de inverno de 30%. Alega custos de fertilizantes, de sementes, de combustível. Redução nas exportações do trigo, em parte por área do território ucraniano estar sob controle da Rússia, e bloqueio nos portos do Mar Negro só liberado em julho. Riscos de insegurança para Oriente Médio e África. Na Europa, problemas climáticos trazem também redução de safras.

Desta forma as previsões brasileiras para 308 milhões de toneladas de grãos se transformam na atenção do planeta hoje. Também por problemas climáticos perdemos cerca de 40 milhões de toneladas nas duas últimas safras, e assistimos a um recorde de pagamento de prêmios de seguro agrícola no país nunca visto antes.

Menos produção mundial, menos estoque mundial, riscos no clima a nível mundial. Produtores de cana de açúcar no interior de São Paulo também registram queda de produtividade na cana neste ano, um setor que já veio de problemas na safra anterior.

E enquanto isso estamos gastando foco e brutais energias no Brasil numa guerra de nervos, bullying e ódios de parte de brasileiros contra outros brasileiros. Com inflação de alimentos, custos para os produtores produzirem a próxima safra sob riscos que ninguém tem condições de prever. Plantar com custos triplicados numa expectativa de colher com os preços atuais é total jogo de cassino, e ainda sob incertezas climáticas. Produtores de olho no custo e não jogue dados nesse cassino.

E temos o trigo brasileiro com perspectivas crescentes, graças a tecnologia Embrapa plantando no cerrado e ótimo trabalho da Abitrigo. E as lideranças estão hipnotizadas esperando a eleição passar, enquanto nos xingamos todos.

Que São Pedro e Deus nos ajude enquanto o agroconsciente não tem um planejamento estratégico de estado de longo prazo no único país que pode triplicar a produção de alimentos no mundo hoje.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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Imagine que você está na agropecuária moderna onde insumos, máquinas agrícolas, manejo, clima, tudo está conectado à moderna gestão digital e não tem sinal para reunir essa fórmula fundamental para poder estar, competir e ir ao futuro no agronegócio com consciência e domínio dos custos e impactos ambientais e sociais? Por isso, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) está apoiando o Projeto de Lei 1303, do deputado Evair Vieira de Mello, que dá segurança jurídica às cooperativas de infraestrutura para fornecerem sinal de internet aos campos e interior brasileiro.
Aloizio Mercadante, novo presidente do BNDES, declarou: “O Brasil não pode ser só a fazenda do mundo”, e que será mais atuante na indústria, e que o Brasil não pode ser somente um exportador de commodities agrícolas”.
Usamos só 2% desse potencial. Por quê? O assunto do agronegócio hoje é a sustentabilidade, o carbono, o metano. Também o combustível do futuro. E quero fazer aqui uma pergunta: “por que uma matéria-prima que está em toda parte, desde um minifúndio até uma grande propriedade agropecuária ou industrial, simplesmente o “lixo” não é imediatamente usada para gerar o biogás, a bioeletricidade, biometano, e biofertilizantes? Apenas 2% desse potencial usamos hoje no país. Algo fácil, barato e sustentável e para todos.
Hoje estou em um tema muito importante, eu considero até um marco histórico, para o agroconsciente brasileiro porque participo no oeste do Paraná, da Cooperativa Primato, em Toledo, ao lado da indústria Tupy no movimento que cria uma bioplanta que vai transformar dejetos de suínos de praticamente quase 11 mil famílias agrícolas em bioeletricidade, biometano, biofertilizantes. E esse movimento é que se inicia mas que vai tomar conta do país.
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