CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Quem vende comida precisa ter diplomacia de confiança. China há 45 dias não compra carne bovina brasileira!

Publicado em 20/10/2021

Divulgação
Embargo chinês da carne bovina brasileira

A China não reabriu o mercado para a carne vermelha do Brasil depois dos dois casos da vaca louca atípica. Consequência? Quedas de 15% a 20% na arroba do boi e na carne da indústria para o atacado, assim nos informa o Sindifrigo, Sindicato dos Frigoríficos do Mato Grosso. Essa demora para a reabertura do mercado chinês está angustiando a cadeia da carne bovina do país, e a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, quer ir pessoalmente a China para tratar do assunto. O governo brasileiro mandou uma solicitação pedindo uma reunião técnica, e o governo chinês respondeu que está analisando as informações enviadas.

Enquanto isso grupos de pecuaristas fazem campanhas nas redes falando 45 dias de suspensão, e dizendo que o “silêncio das autoridades desvaloriza os produtores prejudicando a cadeia da pecuária”. Por outro lado, o Sindifrigo do Mato Grosso cobra dos supermercados por que o preço da carne não caiu ao consumidor nacional?

A arroba do boi caiu de R$ 320, 60 em julho para R$ 275,00 e os preços menores não chegam no consumidor. Mas o curioso é a polarização entre paixões e ódios em tudo, e no agronegócio, que tem na China seu maior cliente, existem setores do governo e de produtores que falam mal do freguês número 1, dizendo que eles precisam de nós, se não não teriam o que comer. Bastou pararem de comprar um item por 45 dias pra pedir para a ministra fazer as malas e ir lá destravar o embargo.

Os fatos destes últimos 2 anos revelam o quanto precisamos de sensatez e estratégias internacionais, ao lado de políticas de segurança alimentar e planejamento estratégico do agro brasileiro desde a genética até o abastecimento do mercado, passando por fertilizantes, defensivos e política agroindustrial, sem esquecer do combate à fome. E a incorporação de 4,5 milhões de pequenos proprietários rurais na produção, como afirma Nilson Leitão, presidente do Ipa, Instituto Pensar Agro.

“Quem faz o comércio não faz a guerra” (Camões) e muito menos fala mal dos clientes. Diplomacia de confiança é vital no comércio de alimentos. Já brigamos com o Oriente, como se estivéssemos numa cruzada cristã, já brigamos com a Europa, já brigamos com os Estados Unidos do Biden e brigamos constantemente com a China e parte de governos na América Latina. Imagem brasileira tem graves rachaduras hoje no quesito confiança, além de sustentabilidade e clima. Desenvolvemos um clima de guerra fria injustificável a serviço de uma nova doença mental: STI. Síndrome de Transtornos Ideológicos.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

I’m here by Mr. Roberto Rodrigues' side, a prominent leader in Agribusiness who has held key positions worldwide. Currently an Emeritus Professor at the Getúlio Vargas Foundation (FGV), he was recently invited by COP30 to serve as the organizer and sponsor, coordinating the voice of  Brazilian Agribusiness for the summit.  
Professor Marcos Jank, coordenador do Insper Global e do livro “O Brasil no Agro Global” foi entrevistado hoje no Jornal Eldorado por José Luiz Tejon, Carolina Ercolin e Haisem Abaki. O livro é o resultado de 3 anos de formação de membros do Ministério das Relações Exteriores, do MAPA, do Mecon e Apex.
An interesting highlight was the performance of Brazilian women at the Paris Olympics, where they won all three gold medals (four great athletes: Beatriz Souza, Rebeca Andrade, and the beach volleyball duo Duda and Ana).
Com a decisão do STF não considerando constitucional a demarcação de terras indígenas no Brasil como estava na Constituição de 1988, e agora com a decisão contrária do Senado, teremos uma batalha com insegurança jurídica para todos os lados, seja qual for a decisão do executivo.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite