Rádio Eldorado/Estadão - Operação Agrofraude identifica mais de 40 envolvidos no golpe do falso intermediário
Publicado em 10/10/2025
Divulgação GEIC
Alerta agricultores! Falsos intermediários aplicam golpes criminosos!
Conversei com o delegado Matheus Dutra do Grupo Especial de Investigações Criminais da 8ª Delegacia Regional de Rio Verde, em Goiás. E a operação é gigantesca. E ele me disse:
“A operação Agrofraude que foi deflagrada no dia 7 teve o objetivo de desarticular uma associação criminosa voltada para a prática do estelionato virtual, principalmente na modalidade do falso intermediário de grãos de milho. As vítimas situadas na cidade de Rio Verde tiveram prejuízos por volta de R$ 1 milhão e nós identificamos mais de 40 pessoas envolvidas nessa fraude que movimentaram ao longo de 5 anos valores de R$ 120 milhões, totalmente incompatíveis com a renda declarada. Identificamos que a maior parte desse núcleo criminoso estava situada na cidade de Cuiabá e Várzea Grande, Mato Grosso, porém outras pessoas, principalmente da camada financeira por onde o dinheiro foi pulverizado foram identificados em 8 estados da federação, mais o Distrito Federal. As ações contaram com as polícias civis dos estados e foram deflagradas simultaneamente no dia 7. Ao todo 26 pessoas foram presas, diversos celulares foram apreendidos e bloqueios de contas bancárias investigadas a fim de ressarcir as vítimas ao final do processo. Agora esses aparelhos celulares serão periciados para identificar outras pessoas envolvidas nessa fraude e identificar as pessoas que aliciavam e praticavam esse tipo de crime na região de Rio Verde. Nós acreditamos que esse grupo tenha atuado também em outras regiões do Brasil. Todas as pessoas envolvidas poderão responder por estelionato qualificado pela fraude eletrônica, associação criminosa e lavagem de dinheiro”.
E também perguntei ao delegado Matheus Dutra como era o procedimento dos falsos intermediários, dos criminosos e ele me contou que: “O golpe do falso intermediário na comercialização de grãos consiste da seguinte forma: em uma primeira etapa os golpistas se passam como compradores desse produto e entram em contato com os corretores de grãos legítimos, de boa fé. Esses corretores então localizam a fazenda, enviam fotos do produto, vídeos, a qualidade, a característica. De posse dessas informações o golpista agora atua em uma segunda etapa. Eles se passam por vendedores desse produto como se proprietário, produtor rural fosse. Assim outros corretores também de boa fé conseguem alcançar compradores reais e estabelecem uma negociação entre esses compradores reais e o golpista que está se passando por esse falso produtor. Assim a vítima, compradora real, acreditando naquelas imagens, acreditando na localização da fazenda, nas características que o falso vendedor está propondo acaba realizando as transferências bancárias. Após a transferência a vítima percebe que caiu no golpe quando o produto, esses grãos de milho, não são liberados da fazenda de origem por não pagamento”.
Portanto, crime que veio dos automóveis, foi transportado para os grãos, milho principalmente. O delegado Matheus me disse que os agricultores precisam prestar muita atenção, pois terminavam fazendo transferência do dinheiro para contas que não constavam das falsas tratativas iniciais. Mais de 120 milhões de prejuízos, em cerca de 8 estados.
Agroconsciente, vamos falar também na compra e venda consciente. Cuidado com falsas promessas, preços melhores atraindo produtores com grãos para vender, e preços mais baixos atraindo o outro lado, produtores precisando dos grãos para nutrição animal.
Ao nosso ouvinte Eldorado Estadão, Oton de Indaiatuba, aí está seu pedido atendido. Operação agrofraude sob responsabilidade do delegado Matheus Dutra do Grupo Especial de Investigações Criminais da 8ª Delegacia Regional de Rio Verde, Goiás, a quem agradecemos pelo seu pronto atendimento e clareza de informação à nossa solicitação.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.