CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Uma notícia brilhante e uma sombria. Qual você prefere primeiro?

Publicado em 12/04/2021

Divulgação
Renovabio

Primeiro a brilhante, não esquecendo do grupo inglês Mont Python com sua melodia inesquecível: “Always look on the bright side of life”. É o lançamento das coletâneas dos fatores de emissão e remoção dos gases de efeito estufa na agropecuária.

Um trabalho excelente da diretoria de Produção Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, a Mariane Crespolini com sua equipe. E também com participação do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação, ministro Marcos Pontes, com o Sistema CNA Senar, o presidente da CNA, João Martins, o diretor Geral do Senar Daniel Carrara; onde a ministra da Agricultura Tereza Cristina disse: “o Brasil é uma potência agroambiental e podemos ajudar a todos os países do cinturão tropical do planeta”.

Ainda o secretário de inovação do Ministério da Agricultura Fernando Camargo acrescentou: “isto é apenas o começo, o primeiro capítulo de uma longa saga”. O documento está disponível para todos no site do MAPA - merece ser lido por todos. Essa foi a notícia brilhante. E agora a sombria?

Então de novo, de novo e de novo, a história se repete num ataque ao Programa Brasileiro de Biocombustíveis. Na vã tentativa de resolver os justos dramas dos caminhoneiros brasileiros, o governo volta a dar um tiro no pé do próprio agronegócio. Decidiu diminuir a mistura do biodiesel da soja de uma meta que seria 15%, que estava em 13%, para agora 10%.

E o que isso vai provocar? A Aprobio - Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil, com a Ibrabio e a Abiove, Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais e diversos líderes do setor da proteína animal, ovos, frangos, suínos, peixe, leite, carnes, as rações dizem: “lamentam a decisão de alterar o percentual da mistura mínima de biodiesel no diesel de 13% para 10% em meio ao andamento da etapa de compras leilão 79, e reiteram seu apoio ao Renovabio. Esse ato significa uma intervenção no mercado que transfere todo o ônus da alta do preço dos combustíveis para o setor, com repercussão na inflação de alimentos, desemprego e desinvestimento”.

Com essa decisão, teremos menos esmagamento de soja pela indústria, isso significa redução da oferta do farelo de soja e consequentemente mais custo na criação dos animais. Haverá menos 4 milhões de toneladas de farelo de soja. Vamos aumentar a venda dos grãos sem agregação de valor com custos na criação dos animais, além do próprio milho, outro insumo essencial com preços elevados. E ovos e leite impactam massas, pães, pizzas, significa encarecimento até do macarrão.

Há também um impacto na saúde humana com o aumento da respiração do diesel fóssil no meio ambiente.  No Estadão Agro do próximo dia 14 voltaremos a este tema. E que “Always look on the bright side of life” coloque luz neste tema sombrio de diminuir biodiesel no fossilizado diesel fóssil.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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No editorial do Estadão de 12/10, aliás dia do engenheiro agrônomo, nossos parabéns a essa fundamental categoria; o título fala da “prudência do agronegócio”, onde nem o lulopetismo e o bolsonarismo interessam, pois não se comportam com uma visão estratégica de longo prazo e terminam afogados nos compromissos partidários e ideológicos.
Conversando com líderes no estado do Paraná, observei por exemplo a diminuição do preço da saca do milho. Era antes da crise cerca de R$ 30 uma saca de 60 kg. Chegou a R$ 90 e agora baixou para cerca de R$ 75 e ouvi de lideranças como a de José Aroldo Gallassini, presidente do Conselho da Coamo, a maior cooperativa do país: “agricultor as vezes termina vendendo na baixa, por esperar preços impossíveis e tem prejuízo”.
Temos um só presidente eleito e Lula, em seu discurso, afirma que “somos um só país, um só povo e uma só nação”. É muito importante que o agronegócio também seja um só.
O Brasil assumiu uma meta, no acordo de Paris, de recuperar até 2030 12 milhões de hectares de florestas. O Instituto Escolhas, através da Patrícia Pinheiro, gerente de projetos do Escolhas afirma que isso irá gerar 156 milhões de toneladas de alimentos.
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