Agronegócio é uma orquestra à espera de regente. Me lembro do amigo, meu herói, maestro João Carlos Martins. Considerado o maior intérprete de Bach do século XX. De pianista com mais de 60 anos se transformou em maestro. No agro temos muitos pianistas, flautistas, violinistas, pratistas, instrumentistas, mas precisamos regentes.
Amanhã 16 de outubro celebramos o Dia Mundial da Alimentação. Estamos a quase 1/4 do novo século XXI, e apesar do desenvolvimento científico, tecnológico, da integração de cadeias produtivas produzindo alimentos em abundância e baratos, com distribuição global, ainda contamos com fome, má nutrição, inflação de comida básica, e milhões de agricultores fora dos mercados. Desta forma empreendedorismo e cooperativismo continuam sendo as varas vitais para pescar ao invés de planos que objetivem “dar peixes“.
Ontem, em Brasília, a sede da Aprosoja foi apedrejada, invadida e grafitada com fora Bolsonaro, soja não enche o prato de comida, o agro mata. Um monte de besteiras, pois soja não tem nada a ver com fome, ao contrário, preços e carestia não estão conectados com soja, e soja é ovo, leite, indústria, empregos, traz consigo outras lavouras, traz renda em todo interior. Fora isso a violência, um ato criminoso estúpido invadindo e apedrejando.
No editorial do Estadão de 12/10, aliás dia do engenheiro agrônomo, nossos parabéns a essa fundamental categoria; o título fala da “prudência do agronegócio”, onde nem o lulopetismo e o bolsonarismo interessam, pois não se comportam com uma visão estratégica de longo prazo e terminam afogados nos compromissos partidários e ideológicos.
Alysson Paolinelli não trouxe o Nobel da Paz, mas não daremos paz nessa guerra pela extinção da fome na humanidade, onde Norman Borlaug em 1970 foi honrado com o Nobel pela revolução verde e Alysson a complementou na agricultura tropical brasileira.